quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Sobre a banalização do amor...

Recebi esse texto de uma Nova Amiga... Mexeu comigo e aqui está ele... Na esperança de que o amor ainda tenha salvação no mundo de hoje...
"E daí que ela apareceu, quase quarenta e oito horas depois, vindo contar que tinha dormido com o marido da amiga, enquanto ela dava pro outro no quarto logo ao lado. As crianças? Bem, as crianças estavam na casa do irmão do marido. Voltaram no dia seguinte, quando os quatro já fingiam que nada tinha acontecido.

Então, passados alguns minutos, eu me peguei pensando que, diabos, eu devo ser mesmo muito careta. Na história, eu não toparia o papel da mulher que trai, do marido que come a melhor amiga da mulher, do amigo que aparece como quem não quer nada e come a mulher do cara que até então ele nem conhecia, ou mesmo o da amiga, que dá pro marido gostosão da outra.

Não faz nem uma semana, eu saí pra beber com um amigo que não via desde pouco antes do último Natal. Uma ex-amiga – minha e dele – foi assunto.
- Não fosse bastante a cara-de-pau dela em me ligar, perguntou se eu ainda estava namorando. 'Ora, é claro que estou.'

Comentamos sobre o fato dela conseguir tornar as pessoas descartáveis na sua vida. Tal qual nos tornamos eu e ele, assim, sem mais nem menos. E, em muito pouco tempo, já comentávamos sobre como a visão das pessoas em relação a todas as coisas no mundo mudou tão assustadoramente nesses últimos anos. E eu me lembrei dos tempos em que eu passava o dia jogando bola na rua com os meninos, e veja só, era tão normal, não tinha problema, porque havia respeito, e as pessoas paravam seus carros, esperavam que nós tirássemos as latinhas de Nescau do chão, e ainda nos sorriam docemente ao passar. E me lembrei dos (bons) tempos em que o desejo era sincero. M.E.C. já disse, hoje as pessoas se apaixonam por uma questão prática – porque se dão bem, faz sentido e é mais barato. Hoje, não mais se fala em paixão desmedida porque se aprendeu a paixão na medida do possível. Hoje, as pessoas não perdem o sono ou a fome por amor. Hoje, não se ouve mais falar em beijo roubado, frio na barriga ou saudade sem fim. Maluquice, abraços ou flores.

E é aí que eu volto lá em cima, e repito, eu definitivamente não nasci pra aceitar que o amor seja apenas uma variante psico-sócio-biológica da camaradagem. Porque enquanto o meu coração puder arder, por mim, por você, ou por acreditar, eu não vou aceitar que a vida se sobreponha ao amor, posto que é o amor, e só ele, que como disse o mesmo M.E.C., come-nos o coração e canta ao peito ao mesmo tempo."

Um comentário:

Anônimo disse...

:)))

beijoca!