segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Ser Corinthiano é ir além...

Nunca doeu tanto sofrer por amor. Neste casamento de quase cem anos, onde não existe divórcio entre a torcida alvinegra e o Corinthians, um momento como esses fere a alma de todos nós. A revolta consome os nervos, a raiva e a humilhação pela traição que fomos obrigados a passar desestimulam até o mais apaixonado dos Corinthianos... se é que isto é possível. Corinthiano, ou você é, ou não. Nem mais, nem menos. Ame ou odeie, o Corinthians é essencial na vida de todos os amantes do mundo futebolístico.


O que será do Campeonato Brasileiro de 2008? A resposta é fácil, será a série B, porque onde não existe o Corinthians, não existe o futebol, não existe campeonato, nem tampouco a mais apaixonada das torcidas.


Do dia 13 de maio ao dia 02 de dezembro de 2007, a nação Corinthiana foi exemplo nas arquibancadas pelo Brasil afora. Diferente de sua administração e do time que adentra as quatro linhas vestindo o manto sagrado.


Citar os culpados, ou os motivos pelo rebaixamento não vão voltar o tempo e fazer com que o Corinthians permaneça na série A. Eles são tantos e acontecem há tantos anos no Corinthians, que seria difícil citar. Mas jamais impossível de ser corrigido.


Entretanto, é nossa obrigação ISENTAR o Corinthiano, aquele que ama, que sofre, que ri, que batalha nas arquibancadas com a voz rouca e a respiração ofegante por tanta emoção. Seja ela alegria, ou tristeza. Ser Corinthians é saber amar, é saber sofrer e crescer com o sofrimento, sempre.


Assim como milhares de torcedores, me endividei para acompanhar meu time, Curitiba, Rio de Janeiro, Goiânia e por último, Porto Alegre. Só não fui a outros estados por conta do trabalho. Pelo Corinthians tudo vale a pena, horas dentro de um ônibus ou dívidas para cobrir as viagens de avião.


Um dia antes do jogo da vida alvinegra ainda tinha dúvidas se iria a Porto Alegre ou não. Porque havia a dificuldade do horário de trabalho para retornar a São Paulo de ônibus e a falta de dinheiro para ir de avião.


Às 22 horas do Sábado estava no aeroporto com meu namorado comprando nossas passagens para a capital gaúcha e procurando uma maneira de "levantar" um dinheiro a mais para comer e pagar os ingressos, de R$ 40,00 reais cada. Como disse antes, tudo vale a pena pelo Corinthians e não me arrependo de 1 real gasto por mim nessa trajetória toda. Cada voz a mais para gritar pelo time é fundamental.


Embarcamos no dia seguinte, com os ânimos de uma final de campeonato, mas apreensivos com as consequências. Qualquer fracasso não renderia apenas um vice campeonato.


No aeroporto encontramos amigos com a mesma esperança nos olhos e a mesma garra que gostaríamos de ver em nossos jogadores, com suas camisas da sorte, suas mandingas e orações.


Chegamos ao estádio Olímpico com uma recepção nada simpática da torcida adversária, nada que nos surpreenda e nem abale nossa força. O Brasil alvinegro gritou os 90 minutos de jogo, sofreu, se emocionou e acompanhou atento aos jogos que aconteciam longe de nós. Já o Brasil com mistura de cores se uniu contra nós. E dessa vez, puderam rir. Mas ainda vão chorar a nossa ausência.


Nossas lágrimas e nervosismo começaram a surgir logo no início da partida, com o gol deles. Pouco depois vibramos com a momentânea derrota dos verdes de Goiás. E mais ainda com o nosso GOL. O gol que nos afastaria da segunda divisão. Até que um outro gol de pênalti dos verdes, acabou de vez com a primeira divisão. Um pênalti cobrado três vezes. Até que fosse marcado. O que isso muda agora?


Ao apito final a dor era inexplicável. O hino cantado por nós fazia eco nos quatro cantos do país e a fidelidade ao CORINTHIANS, ETERNAMENTE EM NOSSOS CORAÇÕES uniu ainda mais cada um de nós. Na vitória ou na derrota eu grito forte, corinthiano eu serei até a morte! E não há nada neste mundo que possa desfazer essa certeza.


Dizem que a única certeza que temos na vida é a morte. O corinthiano até nisso é privilegiado. Além desta certeza, temos a certeza de nunca, em qualquer hipótese, deixarmos de ser corinthianos.


Ficamos no estádio mais de uma hora cantando, gritando CORINTHIANS. Dividindo a dor com nossos companheiros, entre lágrimas e revolta.


Saímos de cabeça erguida, apesar de toda tristeza, pois sabemos que nosso amor é capaz de tudo. E tomamos o rumo de casa. Segui para o aeroporto na esperança de antecipar meu vôo e não ficar nem mais um minuto naquela cidade. Não foi possível, muitos pensaram assim.


Fomos ao encontro de amigos num hotel, assistimos atônitos aos jornais, lemos notícias. Fomos jantar. E dormir.


Acordamos cedo e ainda parecia que aquilo tudo era só um sonho ruim. Ao chegar ao aeroporto, na espera para embarcar, observei meu namorado chorando. Sem ter o que falar, sem poder fazer nada para tirar essa dor dele, já que a minha era a mesma, levantei-me e fui fumar um cigarro, na esperança de diminuir os sentimentos. Nada funciona nessas horas.


O vôo de volta foi silencioso. Fomos trabalhar. Na mesa de almoço ele voltou a chorar. Lágrimas de tristeza, de decepção, de dor. Lágrimas que me emocionam, lágrimas que nem penso em tentar conter. Lágrimas misturadas, minhas, dele e de todos os corinthianos.


O CORINTHIANS é a razão de nossa existência, o amor maior e único que temos em comum e por esse amor, vamos lutar sempre, pois não existe fim!


De tudo que podemos expressar, nada é mais forte do que EU NUNCA VOU TE ABANDONAR, PORQUE EU TE AMO! EU SOU CORINTHIANS!

3 comentários:

Anônimo disse...

Maricota:

Que palavras lindas..... Me emocionei tbm.... sei o quanto está sendo difícil..... Mas nossa corrente jamais será quebrada....

Bjs e amo vc!!!

DANY

Anônimo disse...

me manda as fotos, picaretaaaaa
beijos beijos beijos

Teka disse...

Escreveu mto bem Mari...
Mesmo 2 semanas depois, pra mim,a ficha ainda nao caiu.. apesar da dor!
Mas estaremos com o corinthians onde ele estiver!!!!
bjo grande!